domingo, 22 de abril de 2012

Priscila.. Tentando começar...


Aula 09/04
Um pouquinho atrasada..

Segunda feira no primeiro e segundo período de 45 minutos cada tive meu primeiro encontro com a turma 61 onde a professora utilizou o primeiro e metade do segundo período para o termino dos trabalhos sobre a pascoa. Os alunos terminaram de pintar suas cenouras de papel e teve um miniconcurso entre os alunos para a mais bela composição das estampas feitas no trabalho.

Posso fechar-me em segredo,
não é por medo, é amor.
Não me roubem mais palavras,
mesmo as achatadas na garganta
são silenciadas em teu louvor.
Posso nada te dizer,
um olhar não vale tanto?
Que me deixes só sofrer e escrever,
refugiada neste triste manto.
Lágrimas que caem no teu peito ecoam,
sentes os vendaváis? Ouves os meus ais?
Os sentimentos estão na proa.
Sinto-me curvada pela cruz pesada,
sinto-me alma penada, sem entendimento.
Escuta. Dói mas passa.
O que não nos mata torna-nos mais fortes,
se morrer é porque sou fraca.

Este poema de alguma forma me fez lembrar o modo como a professor tratava os alunos enquanto eu somente observava. O silencio dentro da sala devia ser de uma igreja, aonde todos prestam atenção as belas palavras do padre, mas sendo que ali era uma sala de aula e o assunto pelo o que percebi no era do agrado deles.

Com isto me pergunto qual a intenção das professoras terem em manter tudo em ordem?

Por que os alunos devem guardar suas opiniões e gestos para si, se tornando quase estatuas. Qual o proposita da educação vir somente dos professores?

Mesmo ela tentando colocar ordem de um quartel os alunos se rebelavam cada vez, contra todo aquele conceito de escola perfeita. Crianças não são para ficarem sentadas somente “absorvendo” conteúdos, precisam alimentar o fato de que podem criticar e refletir sobre assuntos que algumas vezes não são nem próximos ao seu cotidiano.

Quando a professora se retirou e eu comecei a conversar com a turma, nos primeiros instantes todos me olhavam tentando de alguma forma definir “como será esta nova professora?”. A turma quase se tornou outras pessoas, os alunos se acalmaram como se a pressão que fazia eles se agitarem sumir.

Expliquei como seria os decorrer das aulas, quais conteúdos trabalharão e alguma coisa que traria para as aulas se ocorresse tudo certo. Quando acabou a aula fui para a sala dos professores aonde ocorreu mais um choque com a estrutura que as professor possuem em relação aos seus alunos. Comecei a relatar a professora como tinha sido a aula e outra professora se aproxima inteirando-se da conversa, quando soube que era turma 61 tentou me dar diversos conselhos, para ser quase uma tirana com os alunos.

Elas não percebem que algumas vezes o problema não é com o exterior, mas sim com interior. Dizem que são péssimos alunos e não tentam mudar em nada sua forma de agir.





2 comentários:

  1. Bem vinda Priscila! A pergunta que fica pra mim é: como conciliar nosso projetos de ensino e pesquisa a partir dessas atividades que estão tão distantes do que temos pensado para a educação das artes visuais? É um outro mundo? A meu ver não. Mas como aproximar essas facetas do mesmo mundo?

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  2. Pri, concordo com o Cris. Como relacionar o que foi feito antes com o teu planejamento? Como podemos trazer esta aula para dialogar com o teu projeto?
    marilda

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