segunda-feira, 2 de abril de 2012

4ª aula na Escola Coronel Pilar( Rose)


4ª aula na Escola Coronel Pilar com a turma 311(3°  ano do ensino médio):
A aula de hoje foi boa, produtiva. No início a turma estava quieta, meio que se esquivando, não queriam falar. Relembramos o último encontro, onde lemos um texto sobre arte contemporânea, vimos 2 vídeos curtos, um de Nietzsche falando sobre o “papel” e a importância da arte, e o outro era uma entrevista nas ruas sobre arte contemporânea, onde as pessoas entrevistadas respondiam o que elas pensavam ser arte contemporânea. Considerei importante introduzir isso, para depois adentrar a parte da mídia, das produções contemporâneas midiáticas como dispositivo para o ensino das artes visuais.
Pois, depois de falarmos sobre o último encontro, solicitei que respondessem a duas perguntas, onde poderiam responder através de uma frase que seria lida e dela retirada dela uma palavra-chave, que seria o pensamento que cada um teria sobre o assunto.
Qual o papel da arte para a humanidade?
Como podemos fazer uso da arte contemporânea para refletirmos nossas vidas?
(Isto para finalizar a introdução, onde fala de arte, papel e importância dela).
Coloquei as perguntas no quadro, solicitei que respondessem às perguntas em forma de uma frase e dei um tempo para desenvolvem-na.
Falei sobre o pensamento de Aristóteles em relação à arte. Onde o filósofo dizia que a tragédia existia para que os expectadores vendo-a através do teatro, cinema, e outros meios, não sentissem vontade de cometer atos semelhantes, onde sentissem repúdio do que viam.
Comentei sobre um filme que assisti, por isso lembrava isso.
Depois falei de um trabalho, um vídeo de uma artista uruguaia que expôs em uma bienal do MERCOSUL um trabalho onde mostrava vultos, alguém que corria e não podia ver para os lados, e o ruído era gritante, era um cavalo correndo em uma cidade movimentada. Era bem tenso o vídeo. Depois citei outro da mesma bienal, onde o artista colocou uma menininha num balanço e risadas altas dela, alguns gritos com uma trilha sonora perturbadora, bem como a do cavalo. Com isso queria explicar um pouco mais de arte contemporânea, os vídeos da bienal, o tema de cada artista e objetivos deles. Ah, esqueci, tanto a artista do cavalo, quanto o artista da menina no balanço queriam com os vídeos “denunciar”, tencionar o público a pensar sobre a violência e morte de vários cavalos por maus tratos, e o segundo vídeo, denunciar maus tratos, abuso e violência infantil. (Lembro que aquilo me marcou muito, desde então pensava em como pensar a arte, como refletir o mundo, as ações humanas, as nossas ações, o caos, a violência, fome, miséria, etcétera). Escrevo e escrevo por medo de não me fazer clara, (risos).

Depois disso, eles haviam escrito, não todos, alguns preferiam falar, deixei livre, não posso forçá-los a fazer o que não querem, alguns escreveram, mas não queriam ler. Então disse que eu não podia obrigá-los a nada, mas que aquilo ali era uma aula era importante sociabilizar com todos o que cada um pensava e havia escrito. Ao menos, os que não falaram por timidez, insegurança, enfim.. Eu pedi que me entregassem para que eu lesse em casa.
Conforme eles iam lendo ou falando, eu ia junto deles selecionado palavras-chave e escrevendo no quadro.
A aula acabou neste momento, nem todos falaram, não deu tempo. Mas considero que a aula tenha rendido bons resultados. Ao menos eu saí animada.
Policio-me muito quanto ao meu comportamento, ansiedade, tentar ao máximo rever erros dos estágios, ser mais calma, falar mais devagar, preparar uma boa aula, associar uma aula à outra, ao projeto, não reprimi-los nem dar liberdade em demasia. Em muitas ocasiões nem sei como me portar, exemplo, quando alguns não querem ler o que escreveram.  Sinto-me meio que de mãos amarradas, sem saber direito o que fazer. Mas, considero tudo importante. Nem tudo sai como desejamos. O que penso é que muitas coisas devem ser revistas o tempo todo.
Enfim, colocarei abaixo as palavras-chave que eles mesmos iam falando de acordo com as frases elaboradas.
Arte terapia ( no caso de dependentes químicos, pessoas com alguma doença mental e ou física), neste caso a arte serviria como ajuda.
Ênfase nos acontecimentos atuais.
Expressão.
Marketing.
Pode ou não ter um papel ou função.
Divulgação de produtos, o que vem a ser a mesma coisa que marketing, em palavras diferentes.
Trabalhar com as emoções, o lado afetivo das pessoas.
Música, onde através da letra dela se reflete a vida.
O lado bonito e o lado problemático da sociedade, protestos.
Transformar coisas inúteis dando sentido a elas.
Chamar a atenção das pessoas para algo importante.
Arte de rua.
Grafite refletindo a violência, (a menina escreveu sobre uma artista brasileira que vive nos Estados Unidos e que trabalha com grafite refletindo a violência).
O que mais me chamou a atenção foi o que o Luiz Felipe, se não me engano é este o nome dele, ele tem alguns probleminhas, usa uma lupa para ler, fala com certa dificuldade. Mas é extremamente esforçado e participativo. Ele disse que considera que a arte serve para salvar vidas. Disse que o programa da rede globo “Criança Esperança”, além de trazerem vários artistas, ajudam crianças carentes, diz ele achar aquilo muito importante e enfatizou a música como arte.
Pois bem, percebi que sobre arte contemporânea eles pouco sabem, mas é apenas um comentário meu. Falei de arte contemporânea para introduzir o tema do projeto. Claro que a gente sempre vai falar sobre isso, pois envolve mídias e produções atuais.
Acabei, ufa, meus dedos doem de tanto escrever, (risos), se o s dedos doem, imagina como anda o cérebro, (risos novamente, pois precisamos de humor, a vida se torna mais fácil sendo bem humorada). Vai cansar tanta coisa escrita, mas como antes eu era bem sucinta, e resumia as aulas, achei importante mudar nisso também. Afinal, é bom compartilhar, receber idéias, críticas e opiniões, é tudo bem vindo!
Rose.






4 comentários:

  1. Rose, a partir do teu relato e também da sugestão da Luíse em outra postagem, sugiro que quando for possível, postemos os vídeos e imagens de que estamos falando aqui no blog. Creio que isso contextualizará melhor quem está lendo.
    Do mesmo modo (agora uma sugestão para tuas aulas) creio que seja importante tu pesquisares as obras da bienal e o filme de que falaste na tua aula e retorne a eles nos próximos encontros. Creio que, se estamos trabalhando a partir da perspectiva da cultura visual, uma visualidade não pode servir somente para exemplificar o que estamos falando em aula, mas sim funcionar como um dispositivo que possibilite aos estudantes posicionarem-se frente ao que é visualizado. Alguns questionamentos pensados por nós antes de inserir as visualidades em aula também sempre são bem vindos. Do contrário torna-se uma "aula-catálogo" e dificilmente nos ajuda nas problematizações que queremos lançar.
    Bom, termino meu comentário pensando que teu relato me faz pensar que não há 'o papel' da arte para a humanidade, mas 'papéis' diversos, entendendo que papel é bem diferente de função. Abraços e bom trabalho!

    ResponderExcluir
  2. Oi Cris, concordo contigo sobre os vídeos e as imagens para tencionarem e reforçarem o que estamos levando. Na última poistagem passei um tempo tentando carregar os vídeos e não consegui.
    Eu falei sobre ofilme, títumo, sinopse e diretor, mas imagem ou qualquer coisa semelhante como um trailer o um fragmento não levei.
    Estamos sem a sala de vídeo, isso dificulta um pouco, tenho usado emprestado de uma amiga o notebook para mostrar imagens e ou vídeo, mas hoje não o levei para a aula.
    Sobre "aula catálogo", concordo, compreendi o que quis dizer com isso..Tomarei cuidado com referências e as visualidades.
    Sobre o papel da arte para a humanidade também penso assim, são inúmeros...
    Abração e ótimo trabalho e semana!!!

    ResponderExcluir
  3. Rose, minha contribuição para pensar tuas aulas em geral é que tentes aprofundar. Percebo um grande excesso em tudo, dois videos e mais imagens? Para quê tanto? Fica tudo no plano da ilustração e não há aprofundamento. Começa a tentar menos e com mais aprofundamento: uma imagem, um vídeo.
    abraço
    marilda

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim Marilda, percebi em outras disciplinas que acabo ampliando demais ao invés de "afunilar" e assim conseguir aprofundar. O bom é que ao menos descobri que ajo assim com tudo, agora estou tentando trabalhar isso, na parte do aprofundamento.
      Abraços, Rose.

      Excluir