quinta-feira, 19 de abril de 2012

Deise - Aula do dia 17

Já estava com saudade...
Depois de ter ficado uma semana sem contato com meus alunos volto e sou recebida com estas frases: “- Sora! Eu senti saudades...” “-  Sora! Achei que tinha nos abandonado.. mas então vai mesmo ficar até o final do ano com a gente".
Retomo então a atividade que havia deixado para a Prof. Maria Tereza conduzir na aula anterior.  Esta aula tinha por objetivo dar conta de algumas anotações e considerações sobre as diferenças entre charge, cartoon, ilustração, caricatura e histórias em quadrinho partindo de um pequeno texto e imagens trazidas pelos educandos. Para tanto, algumas questões lançadas para que cada um respondesse a partir da imagem que trouxe, gerou discussões sobre alguns temas como: corrupção na política, atenção aos animais, infância/imaginação/medo, exclusão social.
Ao final da aula permaneço na escola para escrever sobre as experiências com os educandos. No entanto, minha atenção acaba se voltando para algumas falas. Falavam do “sistema” das escolas estaduais. Traziam alguns questionamentos a respeito do comportamento dos alunos, pais e professores. No momento, percebi que se encontravam preocupadas em entender qual era realmente a função do professor. Algumas falas me chamaram muita atenção: “Não sou educadora e nem quero ser!”; “Educadora é quem trabalha com os anos iniciais!”; “Quero que os alunos venham educados de casa para que eu possa entrar na sala e ‘tacar” conteúdo”.
Saí da escola muito inquieta com estas questões e fazendo relações com o que buscamos contextualizar nas nossas reuniões, aulas e encontros na UFSM bem como com minha prática docente...

4 comentários:

  1. Deise, essa era umas das questões que me inquietavam também na outra escola que eu estagiava ano passado, achavam que educação estava só dentro da sala de aula e centrada nos conteúdos. E ainda tiveram a coragem de dizer "não adianta vir com a mente a aberta da universidade, que a realidade na escola é uma outra coisa."

    Luanaa

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  2. É o velho pensamento da escola como fábrica, como linha de montagem de peças...lembram das aulas de Políticas Públicas e os outros Estágios? É absurdo como essa ideia de educação ainda impera... conteúdos sim, defendo o pensamento gerador, a história, a filosofia, a sociologia, a ARTE... mas e o organismo que somos? Como fazer de conta que a vida é apenas um protótipo ou um plano? Assim falta a vida como ela é, complexa, ou como pode vir a ser antes que todos nós a deixemos...e a realidade se pinta por conta de como cada ser vê... outra coisa sim! Mas não a velha e carcomida mediocridade, por favor... estamos estudando afinal para quê?
    .Gli.

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  3. Isto ocorre até mesmo no EJA, creio que esta falta de assumir que também se é educador, está um pouco perdida na escola.
    Pode ser pouco incentivos na formação continuada dos professores atuantes nas escolas, ou N fatores. Porém, onde e em que momento colocaram o conteúdo, seu conteúdo, no pedestal da igreja? A escola é um sistema complexo, que não cabe as pessoas que o frequentam, ficarem somente acomodados em reescrever aquilo que lhes foi ensinado, mas criar, pesquisar, originar outras experiências e aprendizados. AAAAAAhhhhhhhhhhhh to atrasado.... pra ir pegar o Bús... abraço e temrino assim subtamente o comentário... fuiz... E bom final de semana a todos
    By Mauricio

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  4. Esta é uma questão interessante para pensarmos...Penso que a questão não está na estrutura escolar ou nos níveis de ensino mas nas pessoas que o compõem, que fazem a escola funcionar, ou seja, em nós mesmos. Falo de desejo, quando perdemos o desejo nos tornamos torpes ao ponto de responsabilizar as coisas, os objetos pelas nossas falências.
    abraço
    marilda

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