Eu não acredito na escola. A escola não existe. E não se
pode acreditar naquilo que não existe.
Não se pode?
Não existe?
Há aqueles que me dirão:
- Como não existe, se é lá que estou todo o santo dia?!
Ainda assim eu insisto:
- Não existe! Não existe!
Prefiro pensar que não, para poder sempre inventá-la.
Quando acreditamos na existência de algo, nos acostumamos,
nos acomodamos, passamos a dizer que as coisas são de determinado modo e que tudo o que
está fora é utopia. Ora, não estou falando de coisas impraticáveis, mas de
‘possíveis’. Como disse uma vez Deleuze, “um pouco de possível, senão eu sufoco”.
Não estou falando também de uma re-invenção, de uma
re-formulação (re-forma). Estou falando de ruptura, de produzir escombros,
restos e, e a partir deles (somente dos que me interessam, dos que realmente me
servem) inventar novos espaços. Espaços dentro de espaços. Espaços dentro do
tempo. O tempo que corre tão rápido e que me faz acreditar proporcionalmente à
sua quantidade que as coisas existem, que são reais.
Acredito que faço isso – destruo a existência da escola e a
arquiteto novamente – a cada vez que convido os estudantes a pensarem em outras
lógicas, a experienciar as aulas de outras formas, a perceberem-se parte dessa invenção
. Quando utilizo a avaliação enquanto um espaço de trocas e não de punição,
quando consigo conciliar meus interesses enquanto política micro, diante de uma
política macro.
Destruir pode não ser um ato drástico, pode não ser o oposto
de construir. Pode ser uma outra face do mesmo plano que contém tantas outras
faces.
Imagem: Foto minha.
Cris, a ideia da invenção me agrada pelo fato de que nos mantêm inquietos, em alerta, na espreita. Quando nomeamos algo, etiquetamos, isso nos tranquiliza. Deixar em suspenso é ter que reinventar-se a cada dia, construir de novo, destruir parte do que foi feito, refazer. A invenção implica uma duração, um trabalho com restos, sobras, "uma preparação que ocorre no avesso do plano das formas visíveis. Esta é uma prática de tateio, de experimentação" (KASTRUP, 2007, p.27)
ResponderExcluirUm ótimo final de semana e feriadão a tod@s!
marilda
E é ai que me coloco como artista, Experimentação, criação, reconstrução, do que já vinha dando nome certo em outro momento. Re-imbricar o que já estava tido como exato. S2 amo tudo isso.. e as vezes é bom dizer, Muito Obrigado.
ResponderExcluirA toda este rede que foi criada, que volta e meia se reinventa, se re-planeja para dar conta dos questionamentos e problematizes que surgem no decorrer do projeto e pesquisa.
Bom feriado... Car@s amig@s.
Cris, penso muito que este teu texto me serve e se encaixa perfeitamente no momento que vivo agora, em frente a sala, diante da turma... Seria re-inventar até os problemas, para sair dessa acomodação, buscar outros meios não só pq está dando "errado", mas justamente para haver espaço para essa construção coletiva (docente + estudantes).
ResponderExcluirBom feriado!!
Ana Cláudia