"Segundo suas palavras,
somos defensores e perpetuadores de uma sociedade que cerceia as pessoas de sua
liberdade de sentir?
É claro...professores,
líderes religiosos e até amigos, aqueles chamados "amigos", levam o pouco que os
pais deixaram. Eles nos impõem sentir apenas o que querem e apenas isso esperam
de nós. Querem que desempenhemos o tempo todo para eles. Somos como atores -
vagueando por esse mundo como fantasmas...uma busca sem fim para recuperarmos a
imagem semi-esmaecida de nossa realidade perdida. Quando os outros nos obrigam a
ser o que querem que sejamos, forçam-nos a destruir a que na verdade somos. É
uma forma sutil de assassinato...os pais mais adorados e parentes próximos
cometem este assassinato com sorrisos nos lábios."
Trecho de entrevista - Jim Morrison - 1967.
Quanta contemporaneidade (de agora) nessa fala do Morrison! Penso que a partir dela podemos inclusive - além de pensar o papel do professor - questionar também qual o papel da escola hoje, uma instituição de quase dois séculos atrás existindo até hoje com muitos dos mesmos objetivos. Porém, creio que questionar somente não nos serve, já que somos professores e estamos dentro dessa instituição. O que estamos fazendo de nós? O que estamos fazendo desse espaço? O que estamos propondo que os alunos façam deles próprios? Será que somos onipotentes a ponto de fazer o que o Morrison atesta?
ResponderExcluirDeixei esse trecho justamente como provocação, pois também me senti provocada em diversas situações durante o semestre, o que acredito que todos sentiram, cada qual em sua medida e por razões diferentes. Outro motivo foi porque a crítica aos "fundamentos" ou ao "establishment", a Arte, os artistas, suas loucuras (mais certas que as certezas)são questões que me moveram até aqui (formação docente em artes).
ResponderExcluirNão penso em onipotência do "sujeito-professor", mas nas consequências da padronização(do estado e família até amigos)aos sujeitos em geral. Ser professor não significa ser manipulador, mas potencializa essa característica...quanto ao papel da escola, acredito que sim, é controle social enquanto não for subvertido, não em outro papel, mas sem papel, apenas um percurso...
As instituições servem para se obter a ordem e a coesão social, mas até que ponto servem para viver? Algumas regras, me parece, foram feitas para serem quebradas e isso não creio ser questão de onipotência, pois são apenas criações humanas e somos todos animais humanos, mesmo não querendo ou inventando maneiras de não perceber. E ás vezes parece mais divertido jogar o jogo da invenção do que não jogar...mas que estratégias e o que fazer desse espaço? Eu tb me pergunto...se algo faz sentido, nesse momento não vejo, e prefiro ficar sem sentido por uns dias...afinal, ser/existir? Isso passa...
.Gli.