Essa greve veio em muito boa
hora, não só pelos motivos justos porque foi deflagrada, mas também porque eu
precisava muito de um tempo pra botar as coisas em dia, pois os afazeres
estavam me engolindo e eu, mesmo dormindo apenas 5 horas por dia, não estava
dando conta do que tudo e todos esperavam de mim.
Sei que tenho sido deficiente com
minhas postagens e colaboração no blog assim como com outros compromissos, mas
esse tempo que a greve tem me proporcionado tenho procurado dedicar à minha
proposta individual desenvolvida dentro do atelier de desenho já que tinha
abandonado quase que totalmente devido ao egoísmo da licenciatura que nos suga
e exige exaustivamente, não nos deixando tempo para a prática de atelier.
Putz!!! Disse...e agora?...apagar?...postar?...Postar.
Afinal sempre somos provocados
pelo Cris e a Marilda a dizer o que pensamos e, nesse momento, é o que penso.
Até porque falamos muito na reunião com os avaliadores do MEC sobre essa carga
exaustiva que nos é exigida na licenciatura e não é considerada pela banca no
momento da avaliação da produção do semestre, sendo-nos exigido tanto quanto é
exigido dos colegas do bacharelado.
Bom! Então, vamos para o que
interessa!
Para a aula do dia 31 de maio,
havia programado dar andamento ao projeto da estampa na camiseta ao qual pedi a
Ana Cristina que desse início no dia 24 quando precisei me ausentar. Com esse
trabalho pretendi dar continuidade à proposta de fazer algumas aulas práticas
com os estudantes a fim de atender aos seus pedidos. O trabalho consiste em
demonstrar através dessa estampa na camiseta algo que eles estivessem
insatisfeitos, que quisessem reclamar, chamara atenção através de uma imagem,
palavra, frase que demonstrasse sua indignação através dessa estampa.
Decidi dar continuidade a esse
projeto na próxima aula, pois a Ana Cristina pediu que entregássemos o caderno
com as notas, faltas e recomendações e me ocorreu que, seria bem interessante
fazer uma auto-avaliação com os estudantes a fim de discutirmos nossas atitudes
em sala de aula. Fiz isso, expliquei como os avaliaria nesse trimestre e
perguntei a cada aluno a nota que ele achava que merecia e por que. Foram bem
coerentes as notas e justificativas com exceção do Leonardo que, como sempre,
levou a conversa para o lado da brincadeira, disse que merecia 10, porque era
ótimo aluno.
Penso que foi bem positiva a
auto-avaliação já que surgiram várias questões que fazem parte das minhas
preocupações e dilemas, deixando claro que cada um sabe de suas deficiências e
do quanto contribui nas atividades propostas.
No Conselho de Classe em que
estive presente no dia 14 último, percebi conforme as reclamações dos outros
professores que, o Leonardo e a Nataly criam dificuldades não só comigo, pois
os outros também tinham reclamações deles e basicamente as mesmas minhas. Isso
me deixou mais aliviada, pois pensei que o motivo não era apenas por eu ser uma
professora “amadora”. Será? Hehe!!!
Naira,
ResponderExcluirQue bom que podemos falar o que pensamos. Eu realmente valorizo muito a autenticidade das relações. Na academia não poderia ser diferente. Concordo contigo que o nível de exigência na licenciatura é alto e se depender de mim ele seguirá assim. Haja vista que o curso é o que é e está onde está. Porém discordo que deva ser exigido menos dos acadêmicos da licenciatura, penso que a exigência deva ser a mesma e vocês darão conta, não resta dúvida. Cursar licenciatura não é só para quem quer, é para quem pode.
Abraço a tod@s e um ótimo domingo de chuva e frio,
marilda
Naira, se há algo que aprendi com a Marilda nesse tempo de convivência é, sem dúvida, o quanto uma relação (acadêmica, amorosa, de amizade, etc.) se torna saudável quando conseguimos negociar nossas opiniões com clareza e franqueza, entendendo que nem sempre conseguiremos a concordância de tod@s, porém aí é que está uma das riquezas do diálogo. Creio que isso pode se refletir em uma proposta como a que você trabalhou com a turma (camisetas para demonstrar algo que se está insatisfeito) ou ainda em uma autoavaliação, onde temos de estar preparados para ouvir qualquer tipo de posicionamento.
ResponderExcluirCom relação ao nível de exigência da licenciatura em detrimento do bacharelado, penso que teríamos muito a ganhar se deixássemos de ver esses dois cursos como um binômio, como se eles estivessem em oposição. Eles são sim campos diferentes que destinam-se a coisas diferentes, porém acredito que poderiam estar contribuindo mais um com o outro ao invés de estarem nutrindo uma espécie de guerra fria (qual produz mais? qual é mais e menos cobrado?). Nesse sentido a problemática não está tanto, a meu ver, na exigência unicamente externa (bancas, avaliações, por ex.) mas sim no foco e nas escolhas que fazemos pelo caminho, em como combinamos essas duas áreas e colocamos elas em diálogo ou não.
Abraços.