quarta-feira, 13 de junho de 2012


Acadêmic@s do Estágio III e IV,

Este foi o vídeo (Moby) que pensamos para esta terça-feira, conforme cronograma das aulas.


O que essa narrativa nos leva a pensar sobre os modos de ser e estar no mundo contemporâneo e que relações podemos estabelecer entre a visualidade e nossos processos docentes?


A cada semestre que vivo, e ao revisitar as visualidades que vi e construí, percebo o tempo que passou, as muitas coisas que fiz, o que aprendi, como mudei, o que sou agora e o que poderei ser amanhã, desde que o estar aqui, seja sempre aproveitado e que tenha como aprendizado tentar perceber e ver aquilo que ainda, talvez, me tenha passado despercebido. (Mauricio Reindolff Dotto).

Acredito que vivemos em um mundo onde há uma distorção de tempo, valores, reflexões, sentimentos... Onde tudo acontece, mas pouco “absorvemos” ou assimilamos. Um mundo de diversas informações em que pouco enxergamos, apesar de muito vermos. É quase um “tudo de nada”... Ou um “nada de tudo”... Penso que esta ânsia de querer mostrar, aparecer e receber, como mostra a narrativa do vídeo, pode se relacionar a este momento que vivo, do docente em formação. Penso neste momento de estágio, onde queremos muito mostrar, mudar, convidar, envolver... Fazer a diferença, não somente dentro da sala de aula, mas na escola e no próprio meio em que convivemos. Queremos ser notados pelos nossos questionamentos, ideias, angustias. E se isso não for totalmente possível, que sejamos então receptivos a níveis individuais, sempre abertos a uma metamorfose. (Ana Claudia Barin)

 “Por que esse vídeo?” ao “o que estou fazendo aqui?” Estaríamos navegando por um “outro mundo” quando entramos no campo antropológico escolar? Penso que o vídeo pode funcionar em algum nível para o “anthropological blues” (Da Matta, 1978), interpretado pelo docente em formação. Ainda, analogamente, a que tipo de sociedade estamos sendo referidos? Seríamos os “ets” ou seríamos os nativos? Por que os nativos são gigantes ignorantes? Por que falar com eles? Tenho algo a dizer? O quê? Sendo ser humano, sem categoria, sem medida e sem valor, o que fazer com essa indisposição à proposição do “bom etnólogo” extraterrestre? Aliás, a que se propõe mesmo essa viagem? É só para dar um “oi”? (Gliciane Schuster)


Em muitas situações me vejo como um extraterrestre quando, por exemplo, dirijo na velocidade permitida enquanto que outros me ultrapassam numa velocidade muito acima da permitida chegando primeiro que eu, quando pessoas furam filas, não economizam luz, água, não separam o lixo, não dão lugar aos mais velhos, quando não têm o menor pudor em levar vantagem sobre os outros, além de inúmeras outras atitudes semelhantes sem que isso pese nem uma grama em suas consciências.  Sinto-me como uma tola que espera chegar a algum lugar com minhas invisíveis atitudes. As pessoas nem sequer se dão conta de que foram desrespeitosas porque vivem como se fossem sós, não vêem o outro, numa solidão acompanhada. Conforme venho tendo contato com os alunos, percebo que eles parecem estar meio perdidos, as relações estão mais frias, mais distantes, não sabem que lugar ocupar diante de tantas mudanças no mundo e não sabem como se comportar diante disso. Nossas conversas e discussões parecem que os atravessam, ficando poucas coisas, ou nenhuma. Hoje estou vendo o mundo em preto e branco. Difícil falar positivamente quando se está triste, mas pra hoje é o que temos. (Nairaci Fernandes)

Vejo muitas questões neste vídeo, sobre as práticas do olhar, o que vemos, se realmente vemos, todo esse excesso de informação que nos cerca e com isso, nosso acreditar que estamos vendo tudo, observando. Mas paro para pensar: até que ponto realmente estamos vendo ao nosso redor? Conhecemos nosso redor, nosso cotidiano? Pensando no processo docente, por vezes me sinto como esses pequenos visitantes, levantando placas, procurando subterfúgios que possam chamar a atenção dos educandos, bem como a minha própria. Buscando uma construção pessoal e ao mesmo tempo, buscando modos de fazer, de aprender a fazer. Como esses pequenos, vejo os educadores como tais seres incansáveis e inovadores, tentando alternativas em propostas que nem sempre tem êxito, mas com força pra recomeçar, tentar novamente, em um outro momento, de um novo modo. O esforço faz parte, precisa fazer. Vamos à luta, à construção, ao nosso aprender como docentes. (Jean Oliver)

Habitamos o que construímos através do conhecimento e do processo formativo e isso corresponde a como somos e estamos no mundo. Estabelecemos também pontes com o que nos circunda na realidade. Percebo as pontes que construímos entre diferentes situações, a universidade e a escola, a teoria e a prática, o ensino e a aprendizagem, o projeto de pesquisa e a prática educativa. E como nos situamos nesses lugares? De que modo estamos habitando esses lugares? Como os significamos? Como nos vemos através deles? E nessas relações percebo que habitamos diferentes espaços que nos fazem repensar a nossa formação e o sentido de estarmos alçando pontes para também nos construir como docentes. (Luana Cassol)

Penso que a partir da narrativa proposta, podemos perceber o quanto o ser humano vê as coisas, mas não as olha. Percebo também que às vezes existem coisas que nos acontecem, que passam tão perto de nós, que por não notarmos, não nos darmos conta, deixamos escapar. O ser humano cria expectativas quanto a algo “diferente” dele e do que ele conhece, e quando isso está ali, bem na sua frente, ele não percebe, deixa passar. Fiz relações com a docência no momento em que os pequenos ETzinhos clamam por atenção e não são notados, o que por muitas vezes me acontece devido à agitação e conversa da minha turma... (Karina Silveira)

Talvez tenhamos nos fechado em relação ao que ocorre ao nosso redor e que fingimos que não existe. O fato de os alienígenas estarem mantendo contato e os seres humanos não prestarem atenção, seja por ser considerado atualmente irrelevante, ou por haver relações somente com pessoas que  nos interessam. O conseguir ver de fora e perceber os problemas e as barreiras tem que ser instigado no docente. Uma coisa que fica nos meus pensamentos é a relação entre a postura dos alienígenas, os quais são considerados nos filmes os que dominam e destroem os lugares que habitam e a dos professores que ensinam de uma forma rígida. Mudar estas ações talvez seja o caminho do processo docente.
(Priscila Cardoso)


O mundo muda acelerado, tentamos acompanhar essa mudança, pois fazemos parte disso tudo, mas onde a educação se enquadra nesse mundo, nessa transformação? Digo isso pelo motivo de chegar à escola e notar alguns professores generalizando situações e comportamentos de alunos como se todos estivessem fadados a um único destino ou finalidade, os alunos rotulados como “assim ou assado” e os professores impondo regras e comportamentos. Será que isso muda? Algumas vezes me vi como esses personagens minúsculos do vídeo, querendo manter um diálogo que não funciona com muitos que fazem parte de um sistema fechado, ou então tentando fazer parte do contexto, mas será que seria o melhor a fazer? Melhor pra quem? (Carina Plein)


Somos livres para tomar decisões conforme nosso entendimento e vontade. Fazemos escolhas a todo instante. Para isso temos que ter coragem, às vezes um pouco de desprendimento e até mesmo um pouco de loucura. São com o passar dessas escolhas que vamos entendendo nosso espaço. Espaço que vamos conquistando, construindo e aprendendo a organizar. Aprender também significa entrar em contato com um mundo desconhecido, onde as coisas mais simples são as mais extraordinárias. Estamos em constante caminhada, desafiando a nós mesmos constantemente. Às vezes temos medo. Mas temos estratégias que podem ser revistas. Tentamos uma, duas, várias vezes. Não nos damos por vencidos. Precisamos também de foco, não ter medo de errar e de saber que é necessária muita humildade para aprender e comemorar mesmo as pequenas vitórias. (Deise Facco Pegoraro)


O vídeo me fez refletir acerca de como muitas vezes olhamos e não vemos, na correria de nosso dia a dia, vivendo em nossos “mundinhos”, muitas vezes deixando escapar coisas que viriam a contribuir para nossas vidas. Do mesmo modo isso acontece na vida docente, em que muitas vezes estamos tão preocupados com nossos conteúdos e em passá-los para os alunos que não percebemos as nuances e o que isso pode trazer de produtivo para nossa aula. (Marcos Cichelero)


Esse vídeo me levou a pensar sobre a solidão, acredito que um dos males do mundo contemporâneo. A visita a um mundo repleto de movimento em todos os sentidos, onde quase ninguém percebe os pequenos movimentos, aqueles abaixo de seus narizes. Posso associar às pessoas que deixam passar despercebidos pequenos momentos de felicidade, pela rotina do dia a dia e se tornam solitários no meio da multidão. A solução encontrada pelos pequenos seres para serem notados: o outdoor! Este que está acima de nossas cabeças é mais visto pela nossa sociedade. Estabeleço a relação entre a visualidade e meu processo docente, sendo eu o ser visitante no mundo desconhecido. Eu, a estagiária e o mundo desconhecido, a escola. A preparação na universidade como os pequenos seres planejando a visita, a tentativa de ser bem recebida, de fazer um bom trabalho. A expectativa de tentar corrigir minhas falhas, indo embora, como o pequeno aceno que o extraterreste recebeu em uma das várias tentativas frustradas de contato. (Suyan Neves)


Essa visualidade, no meu ponto de vista me remete a muitas coisas relacionadas a minha vida, principalmente a docência. Como facilmente deixamos passar algumas experiências que deveriam ser retomadas por termos muito ainda a aprender com elas, ou ainda como é fácil não enxergar o que as vezes há de mais valioso em algumas delas. Os humanos da visualidade refletem muito bem nosso dia a dia, nossa constante correria, nosso apego a nossa rotina. Me faz lembrar um momento em que eu mesmo já disse em sala da de aula: "Vamos pessoal, na nossas aulas as coisas tem que ser muito rápidas, não temos muito tempo!" Quantos perdidos não deixamos para trás e nunca mais voltamos a revisitá-los? Esse fragmento me faz refletir sobre o que talvez eu tenha deixado pelo caminho. Atualmente me vejo fazendo um exercício de resgate dessas experiências, desses momentos nunca mais revisitados. (Florence Endres)

3 comentários:

  1. Gostei muito!! Como uma mesma visualidade desperta lembranças, olhares e refelxões diferentes.
    Essa é a riqueza de poder compartilhar nossas experiências em um grande grupo!
    beijos Flor

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  2. Isto me é tão intusiasmante, este grupo, esta vivência, experiência, furtos e acréscimos de pensares e saberes... Obrigado... by mauricio

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