quinta-feira, 3 de maio de 2012

# 314 - Pilar



Aula de número 8: avaliação dos trabalhos da aula passada. Discussão sobre o que foi entendido, feito e relacionado. Cada estudante falou sobre seu trabalho, dialogamos na tentativa de socializar a dúvida e o estranhamento, bem como os encontros e tentativas pessoais de criação, reconstruindo as relações na busca de objetivos e “desobjetivos” inerentes a cada processo. Alguns momentos complicados e tensos, outros momentos de compreensão ou mesmo convergência de pensamentos. Na tensão do diálogo interpreto a falta de envolvimento ou interesse específico na área por alguns ou a questão mais pessoal de não ser de seu interesse dialogar com os colegas ou com a professora de maneira ampla, visto que estávamos em uma configuração circular e todos podiam ver-se e escutar-se. Na convergência em alguns momentos, vejo que procede por afinidade de alguns com a arte ou por serem estudantes aplicados. Em ambos os casos percebi a falta de diálogo não apenas comigo, mas entre eles: ver o trabalho do colega, interpretar, ouvir o colega, falar o que pensa...
“Não gosto de artes, não serve prá nada mesmo!”: poderia resumir a opinião e atitude de alguns nessa fala, mas ela não é real. Apenas faz parte de um velho discurso escolar que em vários momentos aparece de forma diferente. Então me recomponho da insignificância como marca registrada e estigma das artes e, penso mais uma vez: como falar de arte e vida (nas suas possibilidades para além do cotidiano) em um contexto de choque, onde a sensibilidade é engolida pelo mercado e por suas exigências? “Aulas atraentes”? O que é atraente para quem?

Um comentário:

  1. Gli, em muitos momentos da docência me fiz a mesma pergunta e nesses momentos o que me fez voltar a campo foi pensar: funcionalidade é correspondência de importância? Não. Mas, importar-se é uma maneira de que as coisas funcionem.
    abraço
    marilda

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