Aula de número 8: avaliação dos trabalhos da aula passada.
Discussão sobre o que foi entendido, feito e relacionado. Cada estudante falou
sobre seu trabalho, dialogamos na tentativa de socializar a dúvida e o
estranhamento, bem como os encontros e tentativas pessoais de criação,
reconstruindo as relações na busca de objetivos e “desobjetivos” inerentes a
cada processo. Alguns momentos complicados e tensos, outros momentos de
compreensão ou mesmo convergência de pensamentos. Na tensão do diálogo
interpreto a falta de envolvimento ou interesse específico na área por alguns ou
a questão mais pessoal de não ser de seu interesse dialogar com os colegas ou com
a professora de maneira ampla, visto que estávamos em uma configuração circular
e todos podiam ver-se e escutar-se. Na convergência em alguns momentos, vejo
que procede por afinidade de alguns com a arte ou por serem estudantes
aplicados. Em ambos os casos percebi a falta de diálogo não apenas comigo, mas
entre eles: ver o trabalho do colega, interpretar, ouvir o colega, falar o que
pensa...
“Não gosto de artes, não serve prá nada mesmo!”: poderia
resumir a opinião e atitude de alguns nessa fala, mas ela não é real. Apenas
faz parte de um velho discurso escolar que em vários momentos aparece de forma
diferente. Então me recomponho da insignificância como marca registrada e
estigma das artes e, penso mais uma vez: como falar de arte e vida (nas suas
possibilidades para além do cotidiano) em um contexto de choque, onde a sensibilidade
é engolida pelo mercado e por suas exigências? “Aulas atraentes”? O que é atraente para quem?
Gli, em muitos momentos da docência me fiz a mesma pergunta e nesses momentos o que me fez voltar a campo foi pensar: funcionalidade é correspondência de importância? Não. Mas, importar-se é uma maneira de que as coisas funcionem.
ResponderExcluirabraço
marilda